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domingo, 18 de março de 2012

Projeto Tamar

 Eram os últimos anos da década de 70. Até então, não havia registro de qualquer trabalho de conservação marinha no Brasil. Mas as tartarugas já integravam a lista das espécies em risco de extinção. Estavam desaparecendo rapidamente, por causa da captura incidental em atividades de pesca, da matança das fêmeas e da coleta dos ovos na praia.
No sul do Brasil, um grupo de estudantes cursava os últimos anos da Faculdade de Oceanografia da Universidade Federal de Rio Grande e organizava expedições a praias desertas e distantes, de preferência aonde ninguém houvesse chegado antes. O importante era desbravar, descobrir, pesquisar, conhecer o litoral do Brasil e as ilhas oceânicas. Ao mesmo tempo, o grupo fazia pesquisa dirigida, com o apoio do Museu Oceanográfico de Rio Grande. Nos dias e noites em que ficaram no Atol das Rocas, ao amanhecer encontravam rastros e muita areia remexida na praia. Mas não se davam conta de que a mudança no cenário era produzida pelas tartarugas que subiam à praia para desovar, durante a madrugada. Em uma noite dessas, os pescadores que acompanhavam os estudantes mataram onze tartarugas de uma só vez. A imagem foi chocante para os que assistiram à cena, devidamente fotografada.
As expedições acabaram servindo de alerta para a necessidade urgente de proteção do ecossistema marinho. Foi assim que a Faculdade de Oceanografia, onde ainda não se falava em conservação, acabou formando uma geração pioneira de ambientalistas no país, pois todos passaram a se dedicar profissionalmente à conservação marinha. 






Projeto Baleia Jubarte

Em 1987, durante os trabalhos de implantação do Parque, foi redescoberta a presença de uma pequena população remanescente de baleias jubarte e sugeriu-se a importância de Abrolhos como principal “berçário” da espécie no Oceano Atlântico Sul Ocidental. Assim nascia o Projeto Baleia Jubarte, com a finalidade de promover a proteção e pesquisa destes mamíferos no Brasil. Caravelas passou, assim, de importante porto baleeiro no Brasil Colônia a sede da primeira base de um projeto de conservação de jubartes no país.
Em 1988 foram realizados os primeiros cruzeiros para fotografar as baleias jubarte, e as primeiras tentativas de estudar os animais a partir de uma estação em terra no arquipélago dos Abrolhos.
O Projeto foi posteriormente, em 1996, transformado em Instituto Baleia Jubarte, organização não-governamental que possui como missão “conservar as baleias jubarte e outros cetáceos do Brasil, contribuindo para harmonizar a atividade humana com a preservação do patrimônio natural para o benefício dos cidadãos de hoje e das futuras gerações.”
A criação da segunda base do Instituto Baleia Jubarte na Praia do Forte, no litoral norte da Bahia, ocorreu em 2001, a partir da necessidade de monitorar os cada vez mais freqüentes registros da espécie na região, como conseqüência da reocupação desta antiga área de ocorrência histórica da espécie. A implantação da nova base possibilitou a realização de cruzeiros de pesquisa no litoral norte, ampliando assim a área de estudo. A Praia do Forte, no litoral norte da Bahia, tem se tornado a cada dia mais um local de referência para o ecoturismo e conservação ambiental no estado: dotada de beleza ímpar, é o principal destino turístico do litoral norte baiano e sede de projetos importantes de conservação marinha. Devido aos hábitos costeiros da espécie e ao estreitamento da plataforma continental no litoral norte da Bahia, as observações ocorrem próximo da costa, e o turismo de observação de baleias fomentado pelo IBJ como ferramenta de sensibilização da opinião pública contra a caça destes animais tem aumentado a cada ano. O Centro de Pesquisa e Educação Ambiental do Instituto Baleia Jubarte na Praia do Forte constitui um novo espaço de divulgação e conscientização da comunidade e visitantes quanto à existência e importância da conservação das baleias na região.